28 de jun. de 2012

O USO E ABUSO DO BOM HUMOR!

Poucas coisas são tão benéficas na vida cristã como um agradável senso de humor, e poucas são tão mortais como um senso de humor descontrolado. Muitos perdem a carreira da vida por sua frivolidade. Paulo tem o cuidado de advertir-nos. Diz ele claramente que a maneira de conduzir-se característica do cristão não deve ser a da conversação zombeteira e tola. mas sim, a de ações de graças (Ef 5:1-5), É significativo que nessa passagem o apóstolo classifica a leviandade, ou "palavras vãs", juntamente com a impureza, a cobiça e a idolatria.
Ora, é óbvio que uma apreciação do humorístico não e um mal em si. Quando Deus nos fez, incluiu o senso de humor como um traço característico embutido em nossa estrutura, e o ser humano normal possui este dom, pelo menos em algum grau, A fonte do humorismo e a capacidade de perceber o incôngruo. As coisas que estão fora de foco nos parecem engraçadas, e podem despertar em nós um sentimento de diversão que irromperá em risada. Os ditadores e os fanáticos não têm senso de humor. Hitler nunca percebeu como ele parecia divertido, nem Mussolini soube como soava ridículo quando declamava solenemente as suas frases bombásticas.
O religioso fanático olha para situações tão cômicas que chegam a provocar incontrolável hilaridade em pessoas normais, e não vê nada de divertido nelas. Este ponto cego em sua constituição impede que veja quão seriamente fora de foco estão a sua vida e as suas crenças. E na medida em que é cego para o incôngruo, é anormal; não e integralmente o que Deus quer que ele seja.
Bom humor é uma coisa, mas frivolidade é outra muito diferente. O cultivo de um espírito que não pode levar nada a sério é uma das grandes maldições da sociedade e, dentro da igreja, tem servido para impedir muita bênção espiritual que doutro modo teria descido sobre nós. Todos temos encontrado aqueles que não são sérios nunca. Reagem a tudo com uma risada e com uma observação engraçada. Isto já e bastante ruim no mundo, mas positivamente intolerável entre os cristãos.
Não permitamos que um senso de humor pervertido nos arruíne. Algumas coisas são engraçadas, e podemos muito bem rir algumas vezes. Mas o pecado não é divertido; a morte não é divertida. Não há nada de engraçado num mundo cambaleando à beira da destruição; nada de engraçado na guerra e na visão de rapazes esvaindo-se em sangue nos campos de batalha; nada de engraçado nos milhões que perecem cada ano sem jamais terem ouvido o Evangelho de amor.
É hora de traçarmos uma linha divisória entre o falso e o verdadeiro, entre as coisas incidentais e as vitais. Montões de coisas podemos deixar passar com um sorriso. Mus quando o humorismo toma a religião como seu objeto de diversão, já não é natural — é pecaminoso e deve ser denunciado pelo que é. e deve ser evitado por todo aquele que deseja andar com Deus.
Têm sido feitas inumeráveis preleções, canções têm sido entoadas e livros têm sido escritos exortando-nos a encarar a vida com um sorriso e a rir de modo que o mundo possa rir conosco; lembremo-nos. porém, de que, por mais alegres que os cristãos possam ficar, o diabo não é tolo. Ele é insensível e sério, e afinal veremos que ele estivera competindo para ganhar. Se nós que nos proclamamos seguidores do Cordeiro não levarmos as coisas a sério, Satanás o fará, e ele e bastante astuto para usar a nossa leviandade para destruir-nos.

Não estou argumentando em prol de uma solenidade antinatural; não vejo valor na melancolia, e não vejo mal numa boa risada. Minha luta é por uma seriedade grandiosa que harmonizará a nossa disposição de ânimo com a do Filho do homem, dos profetas e dos apóstolos das Escrituras. A alegria do Senhor pode tornar-se a música dos nossos corações, e o júbilo do Espírito Santo modulará as harpas dentro de nós. Então poderemos alcançar aquela felicidade moral que é uma das marcas da verdadeira espiritualidade, e também poderemos escapar dos maus efeitos do humorismo impróprio.
A. W. Tozer



21 de mai. de 2012

A lepra e o pecado

" Naamã deixou em Samaria apenas uma coisa: seu pecado - a lepra. Deus exige que deixemos uma coisa apenas: o pecado. Contudo é exatamente esta coisa que as pessoas não querem deixar.
 An não!DIzem, gostamos demais da lepra, é uma coisa deliciosa, não queremos deixá-la. Eu sei que Deus quer limpar-me, mas sem ela não podemos viver.
Ora, isso é loucura: amar a lepra!"
Dwight L. Moody

A BÍBLIA E O SOL

"Muitas pessoas crêem que a Bíblia é um livro tão arcaico que já passou para a história. dizem que estaria bem pra os tempos antigos, que contém algumas páginas de interesse histórico, mas que não serve para hoje, porque vivemos no século das [informática] luzes e temos progredido tanto que a humanidade pode caminhar perfeitamente sem ela.
O mesmo seria dizer  do sol, que tem brilhado há tanto tempo, também esteja tão velho, tão ultrapassado; que quando um homem constrói uma casa, já não deve mais colocar janelas, porque já foi descoberto a energia elétrica. Eu aconselho aos que pensam que a Bíblia é demasiado velha, e que está fora de moda, que também não ponham janelas em suas casas, senão que as ilumine apenas com a luz elétrica, uma vez que buscam somente novidades."
Dwight L. Moody

TORNAR-SE MENOR AO TENTAR SERGRANDE

  Algum tempo atrás, ouvimos uma pequena palestra de um jovem pregador, na qual ele fez a seguinte afirmação: "Se você é grande demais para uma posição insignificante, você é pequeno demais para uma posição importante". Uma antiga regra do reino de Deus é que quando procuramos ser grandes, naquela mesma hora, sempre, nos tornamos insignificantes. Deus é zeloso da Sua glória e não permitirá a homem nenhum que a reparta com Ele. O esforço por parecer grande diante dos homens trará o desfavor de Deus sobre nós e na verdade nos impedirá de alcançar a grandeza que tanto ansiamos. A humildade agrada a Deus onde quer que se encontre, e o humilde terá Deus como seu amigo e ajudador em todo tempo. É apenas o humilde que é mentalmente são por completo, porque ele é o único que vê com clareza o seu próprio tamanho e limitações. O egoísta vê as coisas fora de foco. No seu próprio conceito, ele é grande e Deus é pequeno, e isso é uma espécie de insanidade moral. A humildade é uma volta à sanidade, como aconteceu a Nabucodonosor. O humilde avalia tudo de forma correta, e isso o torna um sábio e um filósofo.Os jovens cristãos muitas vezes emperram a própria utilidade por causa da atitude que têm para consigo mesmos. Eles começam com a ingênua idéia de que se encontram pelo menos um pouco acima da média nos quesitos inteligência e habilidade e, em consequência, sentem-se envergonhados se tiverem de assumir um lugar humilde. Eles querem começar no topo e seguir daí pra cima! O que acontece é que normalmente eles falham em corresponder ao lugar importante que se imaginam qualificados a ocupar e acabam desenvolvendo um crônico ressentimento para com qualquer pessoa que se ponha no seu caminho ou não lhes dá o devido valor. À medida que envelhecem, isso passa a incluir quase todo mundo. Por fim, surge uma profunda e permanente inveja amargurada contra o mundo todo. Desenvolvem, por fim, uma expressão de santidade azeda e assumem uma aparência de mágoa santa que eles imaginam que deve ser igual à que estava na face dos mártires das arenas romanas. Isso é sério demais para ser engraçado, e por demais trágico e nocivo para ser considerado levianamente. A verdade pura e simples é que ninguém pode atrapalhar um homem que se humilhe por completo. Não há suficientes montanhas no inferno para sufocar o verdadeiro homem ou a verdadeira mulher de Deus, mesmo que fossem empilhadas sobre ele ou ela de uma só vez. Deus escolhe os mansos para confundir os poderosos: "Da boca de pequeninos e crianças de peito suscitaste força, por causa dos teus adversários, para fazeres emudecer o inimigo e o vingador" (Salmo 8.2). As crianças de peito são exatamente o que são - não têm orgulho em si mesmas e não guardam rancor. Eis uma pista para os cristãos.

20 de mar. de 2012

Qual É A Sua Fé - C. H. Spurgeon

Devemos aprender do exemplo de Davi a prudência de conservar armas provadas e eficazes. Muitos têm afirmado ser improvável que Davi matou o gigante utilizando uma pedra. Cumpre-nos usar os mais adequados instrumentos que pudermos encontrar. No que diz respeito às pedras que Davi apanhou no ribeiro, ele não as apanhou ao acaso. Davi as escolheu diligentemente, selecionando pedras lisas que se encaixariam com perfeição em sua funda, o tipo de pedra que ele imaginava serviria melhor ao seu propósito. Davi não confiava em sua funda. Ele nos disse que confiava no Senhor; todavia, saiu para confrontar o gigante com sua funda, como se estivesse sentindo que a responsabilidade era dele mesmo.

Esta é a verdadeira filosofia da vida de um crente. Você tem de realizar boas obras tão zelosamente como se tivesse de ser salvo por meio delas e tem de confiar nos méritos de Cristo como se não tivesse feito nada. Esta mesma atitude deve manifestar-se na obra de Deus: embora você tenha de trabalhar para Ele como se o cumprimento de sua missão dependesse de você mesmo, precisa entender com clareza e crer com firmeza que, afinal de contas, toda a questão, desde o início até ao final, depende completamente de Deus. Sem Ele, tudo o que você planejou ou realizou é inútil.

Deus nunca pretendeu que a fé nEle mesmo fosse sinônimo de indolência. Se a obra depende completamente dEle, não há necessidade de que Davi utilize a sua funda. Na realidade, não existe necessidade nem mesmo do próprio Davi. Ele pode virar suas costas, no meio do campo de batalha, dizendo: “Deus realizará a sua obra; Ele não precisa de mim”. Essa é a linguagem do fatalista; não é a linguagem que expressa a maneira de agir daqueles que crêem em Deus. Estes dizem: “Deus o quer; portanto, eu o farei”. Eles não dizem: “Deus o quer; por isso, não há nada para eu fazer”. Pelo contrário, eles afirmam: “Visto que Deus trabalha através de mim, eu trabalharei por intermédio de sua boa mão sobre mim. Ele concederá forças ao seu frágil servo e me utilizará como seu instrumento, que, sem Ele, não serve para nada”. Se você está disposto a servir a Deus, ofereça-Lhe o seu melhor. Não poupe nenhum músculo, nervo, habilidade ou esperteza que você pode dedicar ao empreendimento. Não diga: “Qualquer coisa será proveitosa; Deus pode abençoar minha deficiência tão bem quanto minha competência”. Sem dúvida, Ele pode, mas certamente não o fará.

17 de mar. de 2012

Oração de um Profeta Menor

A. W. Tozer
Esta oração é pronunciada por um homem chamado a ser testemunha ante as nações, e foram estas as palavras que disse ao seu Senhor no dia em que foi ordenado. Depois de os anciãos e ministros terem orado e pousado sobre ele as suas mãos, retirou-se para estar a sós com o seu Salvador, no silêncio, mais além do que os seus irmãos bem intencionados o podiam levar. E disse:
Senhor, escutei a tua voz e tive medo. Chamaste-me a uma tarefa solene numa hora grave e perigosa. Em breve abalarás todas as nações, a terra e também o céu, para que fique só aquilo que é inabalável. Senhor, nosso Senhor, aprouve-Te honrar-me chamando-me a ser teu servo. Só aceita esta honra aquele que é chamado a ser teu servo, visto ter de ministrar junto àqueles que são obstinados de coração e duros de ouvido. Eles Te rejeitaram, a Ti, que és o Amo, e não posso esperar que me recebam a mim, que sou o servo.
Meu Deus, não vou perder tempo a deplorar a minha fraqueza ou a minha incapacidade para o trabalho. A responsabilidade é tua, não minha, pois disseste: “Conheci-te, ordenei-te, santifiquei-te,” e também: “Irás a todos aqueles a quem Eu te enviar, e falarás tudo aquilo que Eu te ordenar.” Quem sou eu para argumentar contigo ou para pôr em dúvida a tua escolha soberana? A decisão não é minha, mas sim tua. Assim seja, Senhor; cumpra-se a tua vontade e não a minha.
Bem sei, Deus dos profetas e dos apóstolos, que, enquanto eu Te honrar, Tu me honrarás a mim. Ajuda-me, portanto, a fazer este voto solene de Te honrar em toda a minha vida e trabalho futuros, quer ganhando quer perdendo, na vida ou na morte, e a manter intacto esse voto enquanto eu viver.
É tempo, ó Deus, de agires, pois o inimigo entrou nos teus pastos e as ovelhas são dilaceradas e dispersas. Abundam também falsos pastores que negam o perigo e se riem das ameaças que rodeiam o teu rebanho. As ovelhas são enganadas por estes mercenários e seguem-nos com fidelidade, enquanto o lobo se acerca para matar e destruir. Imploro-Te que me dês olhos bem abertos para descobrir a presença do inimigo; que me dês compreensão para distinguir entre o falso e o verdadeiro amigo. Dá-me visão para ver e coragem para declarar fielmente o que vejo. Torna a minha voz tão parecida com a tua que até as ovelhas doentes a reconheçam e Te sigam.
Senhor Jesus, aproximo-me de Ti em busca de preparação espiritual. Pousa a tua mão sobre mim. Unge-me com o óleo do profeta do Novo Testamento. Impede que eu me transforme num religioso e perca assim a minha vocação profética. Salva-me da maldição que paira sombriamente sobre o sacerdócio moderno; a maldição da transigência, da imitação, do profissionalismo. Salva-me do erro de julgar uma igreja pelo número de seus membros, pela sua popularidade ou pelo total de suas ofertas anuais. Ajuda-me a lembrar-me de que eu sou profeta, não um animador, não um gerente religioso, mas um profeta. Que eu nunca me transforme num escravo das multidões. Cura a minha alma das ambições carnais e livra-me do prurido da publicidade. Salva-me da servidão das coisas materiais. Impede-me de gastar o tempo entretendo-me com as coisas da minha casa. Faze o teu terror pousar sobre mim, ó Deus, e impele-me para o lugar de oração onde eu possa lutar com os principados, e potestades, e príncipes das trevas deste mundo. Livra-me de comer demais e de dormir demais. Ensina-me a auto-disciplina para que eu possa ser um bom soldado de Jesus Cristo.
Aceito trabalho duro e pequenas compensações nesta vida. Não peço um cargo fácil. Procurarei ser cego aos pequenos processos de facilitar a vida. Se outros procuram o caminho mais plano, eu procurarei o caminho mais árduo, sem os julgar com demasiada severidade. Esperarei oposição e procurarei aceitá-la serenamente quando ela vier. Ou se, como por vezes sucede aos teus servos, o teu povo bondoso me obrigar a aceitar ofertas expressivas de gratidão, conserva-Te ao meu lado e salva-me da praga que a isso freqüentemente se segue; ensina-me a usar o que porventura receber de tal modo que não prejudique a minha alma nem diminua o meu poder espiritual. E se a tua providência permitir que me advenham honras da tua Igreja, que eu não esqueça naquela hora que sou indigno da mais ínfima das tuas misericórdias, e que, se os homens me conhecessem tão intimamente como eu me conheço a mim próprio, me retirariam tais honrarias para as darem a outros mais dignos delas.
E agora, Senhor do céu e da terra, consagro-Te o resto dos meus dias, sejam eles muitos ou poucos, consoante a tua vontade. Quer eu me erga perante os grandes quer ministre aos pobres e humildes, essa escolha não é minha, e eu não a influenciaria, mesmo que pudesse. Sou teu servo para cumprir a tua vontade. Ela é mais doce para mim do que a posição, ou as riquezas, ou a fama, e escolho-a acima de tudo o mais na terra ou no céu.
Embora eu tenha sido escolhido por Ti e honrado por uma alta e santa vocação, que eu nunca esqueça que não passo de um homem de pó e cinza com todos os defeitos e paixões naturais que atormentam a humanidade. Rogo-Te, portanto, meu Senhor e Redentor, que me salves de mim próprio e de todo o mal que eu puder fazer a mim mesmo enquanto procuro ser uma bênção para os outros. Enche-me do teu poder pelo Espírito Santo, e eu caminharei na tua força e proclamarei a tua justiça – a tua tão somente. Anunciarei a mensagem do teu amor redentor enquanto tiver forças.
E, Senhor amado, quando eu for velho e estiver fatigado, demasiado cansado para prosseguir, prepara-me um lugar lá em cima e conta-me entre o número dos teus santos na glória eterna. Amém.